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O alerta da Airbus sobre os A320s expõe algo que todo CTO deveria revisitar

Na sexta-feira passada, a Airbus emitiu uma das maiores diretivas de segurança em seus 55 anos de história. A causa? Radiação solar intensa pode corromper dados críticos dos controles de voo.

Milson R C Junior
Milson R C Junior
CEO & Co-founder
6 de junho de 20254 min

O alerta da Airbus sobre os A320s expõe algo que todo CTO deveria revisitar

Na sexta-feira passada, a Airbus emitiu uma das maiores diretivas de segurança em seus 55 anos de história: 6.000 aeronaves da família A320 precisavam de correção imediata de software.

A causa? Radiação solar intensa pode corromper dados críticos dos controles de voo.

O gatilho foi um incidente em outubro, quando um voo da JetBlue mergulhou repentinamente e fez pouso de emergência em Tampa, ferindo 15 passageiros.

Não foi falta de testes

Não foi falta de testes. Não foi código mal escrito. Foi um cenário que ninguém antecipou até se manifestar na prática.

Na Voidr, acompanhamos sistemas críticos em produção todos os dias. E um padrão se repete: os incidentes mais graves nunca vêm do que você testou — vêm do que você descartou como "improvável demais".

O problema não é técnico — é de enquadramento

Tratamos edge cases como exceções dispensáveis. Mas em sistemas que escalam, o improvável vira inevitável. A questão não é "se", é "quando".

→ Um milhão de requests por dia com taxa de erro de 0,01%? São 100 falhas diárias. → Operação em 50 geografias com variações climáticas? Alguém vai operar no extremo. → Centenas de clientes enterprise? Alguém vai usar seu produto de formas que você jamais antecipou.

A matemática é implacável: quanto maior a escala, menor a distância entre "edge case" e "incidente à espera de acontecer".

O que a Airbus acertou

→ Reconheceu o risco quando identificado → Emitiu alerta imediato → Priorizou correção sobre reputação → Absorveu o custo operacional de fazer o correto — mesmo durante um dos fins de semana de viagem mais movimentados do ano

O que isso significa para software crítico

Antes de arquivar algo como "edge case" no backlog, pergunte ao time: "Se isso acontecer em produção às 3h da manhã, quanto custa?"

Se a resposta envolver receita, compliance ou dados sensíveis, não é edge case — é risco não tratado.

Seus testes de chaos engineering incluem cenários absurdos? Deveriam. Porque "absurdo" é subjetivo quando você opera em escala.

Qual é a "radiação solar" do seu sistema?

Aquele cenário que vocês comentam entre risos que "nunca vai acontecer", mas que ninguém de fato testou?

É hora de revisitar.

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Milson R C Junior
Milson R C JuniorCEO & Co-founder

Milson é CEO & Co-founder na Voidr, onde lidera iniciativas de qualidade e automação de testes para sistemas de missão crítica.

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